Três no Mundo

Três no Mundo
Sérgio, Jonas e Carol rumo ao Caribe e Europa

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

De 11/11/2011 – Travessia Canárias – Cabo Verde
Durante a madrugada, liguei o motor por duas horas, pois as baterias estavam baixas. Ontem estava um pouco nublado e usamos muita bateria para carregar eletrônicos.
Notei que a data de hoje é 11/11/11, número interessante!
A manhã continuou de pouco vento e, pela previsão, ele vai diminuir mais ainda. Resolvemos encarar a calmaria e relaxar enquanto ela acontecer. Não pretendo ligar o motor por vários motivos. O primeiro é que cada dia de motor em funcionamento, significa para nós um gasto de mais de 60 euros. Não sei quanto custa o combustível em Cabo Verde e nem a qualidade dele. Precisaremos sair de lá para o Brasil totalmente abastecidos. A previsão mostra bons ventos a partir de segunda-feira, dia 14. Para nós, isso será um dia de férias, baixando as velas e podendo ler, tomar banho de mar, descansar dos turnos, ver DVD, jogar cartas, etc. Em suma, não temos pressa de chegar, então podemos economizar nossos recursos e curtir um ou dois dias parados no mar, na nossa “ilha” particular!
Fora de nossos turnos (e, às vezes, ao longo deles) estamos lendo muito. Eu estou lendo a “Tenda dos Milagres”, de Jorge Amado. O Jonas está lendo “O Assassinato de Roger Acroid” da Agatha Cristhie, em inglês. A Carol optou por “A Vida na Terra”, um livro de biologia muito interessante, de um editor da BBC.
No começo da tarde, o vento ficou muito fraco, fazendo com que nos arrastássemos a 1,8 nós de velocidade por um bom tempo. A coisa mais chata é que as velas ficam batendo o tempo todo, fazendo vibrar o barco a cada batida.
Resolvemos tomar banho, que ainda é de água doce e aquecida no fogão, dentro do banheiro. Em breve, vamos mudar isso para os velhos banhos de balde no cockpt. Depois fiz um macarrão com atum para o almoço, que ficou muito bom!
Quando estávamos acabando o almoço, o vento girou para noroeste e apertou um pouco, criando uma brisa gostosa. Fizemos o jaibe e o Travessura passou a andar a mais de 4 nós, com o mar ainda mais liso, diretamente na direção desejada: a cidade de Mindelo, na ilha de São Vicente.
A navegação das 17:20 hs nos mostrou que andamos pouco: 92,5 milhas apenas. Um pouco antes, cruzáramos o trópico de Câncer e estamos na latitude aproximada de Ilhabela, só que no hemisfério errado! (rsrsrs!!!).
No final do dia, quando eu estava fotografando outro lindo pôr-do-sol e o Jonas e a Carol lavavam a louça, uns 15 golfinhos apareceram na proa do Travessura. Largamos tudo que estávamos fazendo e fomos para a proa. Fotografei muito e os golfinhos, talvez por estarmos devagar, na casa dos 4 nós de velocidade, encostavam bastante no barco e se aglomeravam na proa. A Carol tentou se esticar e passar a mão neles. Conseguiu duas vezes!!! Aí veio o Jonas e, com o braço mais comprido, conseguiu deslizar a mão desde a barbatana dorsal até a nadadeira de um dos maiores golfinhos! No final, o golfinho bateu a nadadeira na água e acabou dando um banho na Carol que estava logo atrás do Jonas. Foi muito lindo e um dos contatos mais próximos que tivemos com esses lindos animais.
No início da noite vimos o antigo filme “Coração de Cavaleiro” no cockpit e, na distração, perdemos boa parte da transmissão do Dorival, pegando só o finalzinho.
Quando nos preparávamos para dormir e o Jonas iniciava seu turno, tivemos mais uma linda surpresa: um imenso halo negro rodeava a lua, com um diâmetro de umas 50 vezes o diâmetro que víamos a lua! Nunca vimos isso! As bordas do halo davam a impressão de serem nuvens de pouca densidade, mas brancas, graças aos raios da lua. Impressionante e belo!!! Imagino um fenômeno desses há 600 anos atrás para os primeiros navegantes: causaria, certamente, um misto de maravilha e terror. Esse fenômeno durou das 22:00 hs até as 00:20 hs do dia seguinte. Pode ser por a lua estar em seu dia mais cheio (e mais belo!) ou alguma condição climática especial, ou as duas coisas juntas. Só sei que nosso sentimento se resume na frase que o sempre perspicaz Jonas soltou: “- Deus está nos mimando muito hoje!”. Obrigado, Papai do Céu!!!
Fora tudo isso, o vento continuava constante e nos fazendo andar com conforto e razoavelmente bem (4,5 nós) na direção desejada! Dias especiais esses, com acontecimentos inesperados, que só tem quem sai para viver seus sonhos!


Outro lindo pôr-do-sol se formando...





... aí apareceram os golfinhos!




Passando a mão neles, de tão mansos e curiosos!






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