De 10/09/2010 – Travessia Salvador - Recife
O dia começou corrido. Primeiro, arrumações do barco para a travessia, que não são poucas, ainda mais depois que ficamos muito tempo parados num lugar. Temos muitas coisas para amarrar e guardar para não caírem. O Hugo e a recém-operada Catarina apareceram para se despedir de nós. Que bom vê-la bem e andando! Havia ficado preocupado com ela ontem, quando soubemos que voltara ao hospital. A tarefa seguinte foi ir até o correio para enviar o material do Jonas e Carol para o colégio. Na volta, encontramos a Patrícia, que também passou para se despedir. Esses são os problemas de viajar: as partidas e suas despedidas, de pessoas que queremos bem e que sabemos que ficaremos muito tempo sem ver. Anteriormente, já havíamos nos despedido do Carlão e da família Hagge. Todas as despedidas feitas com um nó na garganta.
Um pouco depois das dez da manhã, embarcamos o casal de amigos Maurício Rosa e Tânia, do veleiro Alphorria, que fariam o trecho até Recife conosco. Logo, com todos trabalhando, fomos soltando as amarras e saindo do píer, recebendo os “até breve e boa travessia” dos vários amigos que também preparavam seus barcos para sair. Estavam previstos 17 barcos do Costa Leste para a travessia se iniciando hoje, além de nós.
Afastamos do píer, levantamos o bote na targa, içamos a vela mestra e deixamos o forte São Marcelo, o “umbigo da Bahia” para trás. O mar já se apresentava alto logo após o quebra-mar e já imaginava o mar grosso que devia estar na barra. Com o motor, para sairmos logo, pois eu queria sair no estofo da baixa-mar, para não pegar o mar mais mexido ainda, seguimos em direção ao farol da Barra. O vento estava na cara.
Depois de uma hora, deixamos o farol para trás, passando entre o perigoso banco de Santo Antonio e a praia, com o mar bem mexido. Deixamos para trás um veleiro que havia saído antes de nós e que seguia sem a vela, balançando muito. Nessas horas, o melhor é estar com a vela mestra em cima, pois ela estabiliza bastante o balanço do barco.
Assim que nos afastamos da costa e pudemos arribar um pouco, abrimos a genoa e começamos a velejar muito bem. A travessia prometia ventos até Recife, quatrocentas milhas à nossa proa.
Depois de umas duas ou três horas velejando, o vento começou a apertar mais e o mar cresceu. As ondas batiam no costado e molhavam quem estava fora do dog house. Lázaro, o piloto ressuscitado, levava bem o barco, mesmo com as ondas de lado. Começamos a escutar no rádio alguns veleiros do Costa Leste dizendo que voltariam, pois as condições não eram boas e a previsão falhara. Realmente, o vento e o mar estavam bem acima do que a previsão prometia. Dos 17 nós prometidos, o vento real variava entre 22 e 25 nós. Nas rajadas, era ainda mais forte. Mas sua direção era muito boa, proporcionando uma velejada de través. Estávamos com a mestra no segundo rizo e a genoa um pouco enrolada.
Conforme o tempo foi passando, o vento foi apertando mais e enrolamos mais a genoa. A tarde e o começo de noite foi passado assim: vendo a costa da Bahia correndo rápida no nosso través, com as ondas molhando o cockpit a toda hora.
Da tripulação, a Carol havia ido dormir, para não enjoar. A Tânia passava mal e a labirinte a atacara. Maurício, um ótimo velejador, eu e o Jonas estávamos bem e nos revezando nos turnos, que fazíamos sob o dog-house, pois Lázaro estava trabalhando muito bem, o que nos proporcionava um certo conforto. Só tínhamos que ficar ajustando as velas, o que não era fácil, pois a toda hora entravam rajadas. Imagine-se velejando, num lugar onde entram cerca de 3 a 4 pirajás por hora. E cada pirajá dura uns 15 minutos! Era assim que estava. A noite prometia ser longa, mas andávamos muito bem, apesar do mar e vento duros.
O dia começou corrido. Primeiro, arrumações do barco para a travessia, que não são poucas, ainda mais depois que ficamos muito tempo parados num lugar. Temos muitas coisas para amarrar e guardar para não caírem. O Hugo e a recém-operada Catarina apareceram para se despedir de nós. Que bom vê-la bem e andando! Havia ficado preocupado com ela ontem, quando soubemos que voltara ao hospital. A tarefa seguinte foi ir até o correio para enviar o material do Jonas e Carol para o colégio. Na volta, encontramos a Patrícia, que também passou para se despedir. Esses são os problemas de viajar: as partidas e suas despedidas, de pessoas que queremos bem e que sabemos que ficaremos muito tempo sem ver. Anteriormente, já havíamos nos despedido do Carlão e da família Hagge. Todas as despedidas feitas com um nó na garganta.
Um pouco depois das dez da manhã, embarcamos o casal de amigos Maurício Rosa e Tânia, do veleiro Alphorria, que fariam o trecho até Recife conosco. Logo, com todos trabalhando, fomos soltando as amarras e saindo do píer, recebendo os “até breve e boa travessia” dos vários amigos que também preparavam seus barcos para sair. Estavam previstos 17 barcos do Costa Leste para a travessia se iniciando hoje, além de nós.
Afastamos do píer, levantamos o bote na targa, içamos a vela mestra e deixamos o forte São Marcelo, o “umbigo da Bahia” para trás. O mar já se apresentava alto logo após o quebra-mar e já imaginava o mar grosso que devia estar na barra. Com o motor, para sairmos logo, pois eu queria sair no estofo da baixa-mar, para não pegar o mar mais mexido ainda, seguimos em direção ao farol da Barra. O vento estava na cara.
Depois de uma hora, deixamos o farol para trás, passando entre o perigoso banco de Santo Antonio e a praia, com o mar bem mexido. Deixamos para trás um veleiro que havia saído antes de nós e que seguia sem a vela, balançando muito. Nessas horas, o melhor é estar com a vela mestra em cima, pois ela estabiliza bastante o balanço do barco.
Assim que nos afastamos da costa e pudemos arribar um pouco, abrimos a genoa e começamos a velejar muito bem. A travessia prometia ventos até Recife, quatrocentas milhas à nossa proa.
Depois de umas duas ou três horas velejando, o vento começou a apertar mais e o mar cresceu. As ondas batiam no costado e molhavam quem estava fora do dog house. Lázaro, o piloto ressuscitado, levava bem o barco, mesmo com as ondas de lado. Começamos a escutar no rádio alguns veleiros do Costa Leste dizendo que voltariam, pois as condições não eram boas e a previsão falhara. Realmente, o vento e o mar estavam bem acima do que a previsão prometia. Dos 17 nós prometidos, o vento real variava entre 22 e 25 nós. Nas rajadas, era ainda mais forte. Mas sua direção era muito boa, proporcionando uma velejada de través. Estávamos com a mestra no segundo rizo e a genoa um pouco enrolada.
Conforme o tempo foi passando, o vento foi apertando mais e enrolamos mais a genoa. A tarde e o começo de noite foi passado assim: vendo a costa da Bahia correndo rápida no nosso través, com as ondas molhando o cockpit a toda hora.
Da tripulação, a Carol havia ido dormir, para não enjoar. A Tânia passava mal e a labirinte a atacara. Maurício, um ótimo velejador, eu e o Jonas estávamos bem e nos revezando nos turnos, que fazíamos sob o dog-house, pois Lázaro estava trabalhando muito bem, o que nos proporcionava um certo conforto. Só tínhamos que ficar ajustando as velas, o que não era fácil, pois a toda hora entravam rajadas. Imagine-se velejando, num lugar onde entram cerca de 3 a 4 pirajás por hora. E cada pirajá dura uns 15 minutos! Era assim que estava. A noite prometia ser longa, mas andávamos muito bem, apesar do mar e vento duros.
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