Três no Mundo

Três no Mundo
Sérgio, Jonas e Carol rumo ao Caribe e Europa

sexta-feira, 22 de abril de 2011

De 21/04/2011 – St. Maarten
Após o café da manhã (com baguetes frescas e patê de atum!), fui com o Jonas para Marigot, para procurar um pau-de-spinnaker menor que o nosso, pois ele é muito difícil de colocar quando usamos a genoa com o vento em popa ou alheta. O primeiro lugar que paramos foi no brechó Náutico, dentro do canal de entrada para o lagoon do lado francês. Achamos um em bom estado, numa boa medida e que não é tão pesado. Achei o preço um pouco caro (duzentos dólares) e achei melhor procurar em outro lugar que o Daniel havia indicado. Fomos para uma marina perto e perguntamos na indicação do Daniel, mas a loja só fazia novos. O preço de um novo era de 500 euros, ou seja, mais de 600 dólares! Voltamos no brechó, negociamos um pequeno desconto e comprei o pau. Retornamos ao Travessura carregando o pau com dingue. Lembrei-me dos cavaleiros medievais, com suas lanças projetadas para fora do cavalo! No Travessura ainda gastamos uma boa hora para colocar uma fixação para o pau, pois um dos parafusos que eu devia remover para isso, não queria sair de jeito nenhum.
Finda a tarefa, peguei a Carol e corremos para o supermercado. Como amanhã e segunda o pessoal não trabalha por aqui, temos que fazer as compras todas hoje. No caminho para o Prime, atacadão que fica perto da marina, encontramos a Míriam do Flyer, que está com um carro alugado. Ganhamos uma carona para Prime e ela nos esperou até comprarmos o que precisávamos. Como estávamos com carona, comprei mais do que pensava, mas foi ótimo! Quando voltamos ao carro, ela disse que precisava passar no Grand Marchè. Que ótimo, pois eu queria comprar umas coisas lá também. Fomos para lá, onde encontramos o Dorival e a Catarina. Todos por aqui estão se abastecendo, já se preparando para a travessia para os Açores. Compramos mais algumas coisas em quantidade e voltamos para a marina. Após carregar tudo no bote, que já estava com muitos galões de água e diesel, que compráramos na passagem pela marina Simpson Bay, fomos para o Travessura. Descarregamos e guardamos tudo, aproveitando a ajuda do Jonas.
Após a suadeira toda, pois o dia está muito quente, tomamos um delicioso banho de mar perto do final da tarde e nos arrumamos para ir para terra. Um belo pôr-do-sol se desenhava e fomos vê-lo na Lagoon Marina, onde os amigos já estavam curtindo o espetáculo. Ficamos por lá até umas oito horas, acessando internet, conversando e dando muitas risadas com as histórias da noitada que o pessoal fez na noite anterior. Após voltar ao Travessura, vimos vários episódios de “A Feiticeira” em inglês sem legendas, para treinar o ouvido e tomamos sopa “de pacotinho”.


Lindo veleiro, que o Jonas adora!


Acima e várias abaixo: que belo pôr-do-sol, não?!!!








De 20/04/2011 – St. Maarten
Minha briga do dia foi com a configuração do Iridium para transmissão de dados. Configurados telefone e notebook, softwares instalados, ainda faltou fazê-los funcionar. Não consegui puxar previsão de tempo com o software que me deram na loja!
Enquanto eu brigava com a “informática”, a Carol quis mergulhar e perguntou se podia começar a limpar o fundo do barco, outra de nossas tarefas do dia. limpeza de fundo. Como as cracas são poucas, pequenas e soltam facilmente, pois a tinta está funcionando muito bem, falei que ela podia ir começando. Resultado: fez praticamente tudo sozinha e muito rapidamente! Quando caí na água para ajudá-la, só havia sobrado um pedacinho da proa para eu fazer. É bom remover essas craquinhas pequenas e poucas de tempos em tempos, pois ajuda a evitar que crescem e se fixem melhor na pintura.
Fizemos algumas compras no Gourmet Marchè e depois fomos para a casa do amigo Lucas, onde houve uma festa de aniversário. E como gaúcho comemora? É claro, com churrasco!
Na festa conversamos bastante sobre a travessia para os Açores e o caminho que cada um imagina fazer, trocando muitas informações. Todos já estão definindo suas datas de saída e está começando a dar um “friozinho” na barriga (aquecido rapidamente com a boa carne do churrasco!).



Churrasco no apartamento do Lucas















O aniversariante trabalhando na cozinha!







De 19/04/2011 – St. Maarten
Minha briga da manhã foi para colocar o “sapinho”, que é como chamamos o automático da bomba de porão. Não achei um “sapinho” pequeno como o outro que tínhamos e pifou. Tive que comprar um maior e adivinha se havia espaço para ele?! É claro que não! Fiquei brigando um bom tempo, tentando arrumar um lugar em que funcionasse bem e acabei fixando-o mais alto que a bomba. Não gostei muito como ficou, mas está funcionando.
Na sequência, fiz testes com o telefone, para ver se estava funcionando bem. Telefonei para o Brasil, enviei SMS e comecei a ler o manual. Nessa hora estava chegando o Guga Buy, dos amigos Zanellas, que voltavam de Antigua, onde foram ver as regatas de clássicos. Demos boas-vindas e perguntamos como foi em Antigua: gostaram muito!!!
Cansado de pensar e resolver pepinos, resolvi fazer nossos cortes de cabelo, inclusive com o Zanellinha, que “entrou na fila”. Ficaram bons e é muito mais fácil e rápido fazê-lo com a máquina do que a mão.
Descemos no final da tarde e fui até a ACE, grande loja de ferramentas, comprar baterias Duracell. O happy hour com pessoal no Lagoonies foi animado e depois fomos ao Luar para papear e escutar as histórias engraçadas do Rafael, rapaz de Natal que está por aqui. Esse está sempre animado e com uma história morrer de rir para contar!

terça-feira, 19 de abril de 2011

De 18/04/2011 – BVI – St. Maarten
Durante a madrugada, tudo continuou calmo e bonito como a noite anterior. Todos nos revezávamos nos turnos e todos acabavam ficando um pouco mais do que o combinado, pois estava muito gostoso. Vimos outros barcos passando, veleiros e navios.
Quando começou a amanhecer, já estávamos muito perto de St. Maarten. Saímos num horário ótimo das BVI, pois chegamos ao raiar do dia. Às 6:30 hs já estávamos soltando âncora e, quando a Carol falou que ia dormir um pouco mais, eu “joguei a isca”: “- Que pena! Eu estava pensando em tomar o café da manhã no La Sucriére!”. Imaginem se ela não mudou de ideia na hora. Arrumamos rapidamente as coisas e fomos para a padaria com o bote. Pedimos sanduíches com as baguetes crocantes, que haviam acabado de sair, esquecendo rapidamente do pão caro e ruim das BVI (nem tudo é perfeito!).
Após o café da manhã, fomos para a imigração e demos entrada. Na sequência, passamos numa loja de equipamentos de comunicação e compramos um telefone Iridium, para dar mais segurança à nossa viagem. Foi uma das coisas que planejei na madrugada, pois quero testar bem o equipamento antes de fazermos a travessia para os Açores. Fiquei contente com várias coisas. Entre elas que o equipamento já vem com os acessórios para conexão de dados, que seriam caros se eu tivesse que comprar, e que eles têm um provedor gratuito para puxar arquivos “Grib” (de previsão de tempo) e usar e-mail's.
Voltamos ao Travessura e fiz uma lista de várias coisas para arrumar e já comecei a trabalhar nelas. A luz de navegação foi a primeira e foi rapidamente arrumada. Era apenas uma emenda de um fio elétrico que “estava por um fio”! Após fazer várias coisinhas, descemos para terra no final da tarde para comprar algumas coisas para arrumar outras. Fomos para a Lagoon Marina e lá encontramos todos os amigos que estão por aqui, sabendo das novidades de cada um e contando da viagem. Ah, e claro, não podíamos deixar de tomar sorvetes no Carrossel!
Voltamos ao barco eram mais de oito horas da noite e, mesmo “acabado” da noite de travessia, que apesar de gostosa foi mal dormida, ainda jantamos e vimos dois seriados da Feiticeira em inglês.

O pessoal da Island Water World, de alguma forma, viu nosso diário e pediu que eu colocasse em inglês um texto que escrevi sobre as lojas. Segue abaixo a tradução para o inglês que o Jonas fez (obrigado filho!):
“[...] We went to Island Water World, were I bought spare bilge and water pumps. I have preferred Island Water World to do the shopping, because they really try to solve the customer's problem and they attend very well for small shopping too, what's hard to happen at Budget Marine. The same filter I'd found at Island, after almost one hour with the salesperson helping me, I had search at Budget Marine yesterday and, after a “Fórmula 1” search at the computer, the Budget's salesperson, simply said that they didn't had it and turned around to go away. Beside that, at Island, if Budget's price is smaller in any item, they reduce it's price. Therefore, I'd seen the prices at Budget and after I go to Island Water World, choose the itens, deal the discount and them buy there.
There's a big difference betwen trying to solve problems and just trying to sell things and this is an really important point to us, customers […]”


Acima e abaixo: o sol nascendo sobre St. Maarten.






De 17/04/2011 – BVI – St. Maarten
Acordamos cedo e fui com a Carol dar saída, enquanto o Jonas arrumava as coisas no barco. A saída foi fácil e rápida, como todos o processos burocráticos que achamos até agora por aqui. Como o melhor horário para sairmos em direção a St. Maarten seria entre duas e três da tarde, resolvemos conhecer “The Baths” um lugar que todos nos disseram para não perder. Nem tomamos nosso café, pois o Jonas disse que escutou que o lugar fica muito cheio e que é bom chegar cedo. Nem subimos as velas, pois esse lugar é muito perto de Spanish Town. De onde estávamos já víamos o monte de veleiros parados em The Baths.
Chegando lá, lembrei muito de Ilhabela, principalmente de tentar estacionar na Vila num feriadão “dos bons”! Foram 45 minutos rodando entre os barcos para pegar uma poita, pois é proibido ancorar no local!!! Toda vez que alguém parecia que ia sair, era alarme falso. E nós rodando pelas poitas, que são muitas, com outros veleiros também rodando entre elas tentando uma vaga. Relembrando: não tomamos nosso café da manhã e a fome nos consumia! Quando conseguimos uma poita, que alívio! Tomamos nosso café e descemos para conhecer o lugar, que tinha que valer a pena. E valeu, como valeu!
The Baths é uma praia pequena, com água transparente e muitos corais. Ao lado da praia há uma série de imensas pedras de granitos, que formam cavernas belíssimas, com pequenas praias dentro das cavernas. O lugar é de uma beleza impressionante! Pena podermos ficar tão pouco tempo. Mas conseguimos conhecer o lugar e fuçar vários cantinhos das cavernas.
Voltamos ao barco e ligamos tudo para partir. Testei as luzes de navegação e vi que as de boreste e bombordo da proa não estavam funcionando. Briguei meia hora, testando voltagem e várias lâmpadas e não consegui fazer funcionar. Bem, peguei uma lanterna a prova d'água, adaptei uma lente velha de uma luz de navegação na ponta e prendi a lanterna na proa. Pronto! Temos luz de navegação de fortuna (tudo que é feito provisoriamente num barco é chamado “de fortuna”).
Soltamos a poita, saímos lentamente e começamos a deixar as maravilhosas BVI, um dos lugares mais bonitos da nossa viagem, para trás. A previsão de tempo acertou totalmente e um mar bem baixo nos esperava fora das ilhas. O vento de 10 a 12 nós nos proporcionava uma orça folgada, chegando até a través algumas horas. O Travessura ia docilmente a uma média de 5 nós de velocidade, sem estar adernado e sem balançar. Situação perfeita! O dia estava muito bonito e quente, delicioso para velejar. Puxa, não podia melhorar! Mas melhorou!!! Quando o sol já estava quase sumindo na direção das BVI's, uma lua imensa apareceu na direção de St. Maarten para onde íamos. Logo ela criou uma estrada de luz para navegarmos, que se manteve várias horas enquanto a lua subia. Lindo!
Nós fomos nos revezando nos turnos e cozinhar também estava fácil. Fiz um peito de frango (enlatado, que tem se mostrado muito útil e gostoso no barco) com alcaparras e macarrão. “Substancial”, como o Jonas queria e não muito pesado, como queria a Carol.
Não houve outras novidades na travessia. Mas a noite estava linda para curtir e pensar durante os turnos. Relembrei muitas coisas e pessoas, planejei outras várias coisas e agradeci muito ao “Papai do Céu” por estarmos aqui!



The Baths



"Estacionamento" lotado!!!

Acima e abaixo: fundo do mar de "The Baths"






Acima e abaixo: praia e cavernas de "The Baths"


















































BVI para trás


Travessia ótima!


Lua nascendo à nossa frente...


... e o sol de escondendo sobre as BVI's.




De 16/04/2011 – BVI

Acordamos com ideia de ir mergulhar nas “The Dogs”, mas a previsão de tempo me fez mudar de ideia. Uma bela janela meteorológica se abriu, de domingo para segunda, para voltarmos para St. Maarten com vento bom e mar baixo. Dessa forma, como hoje é sábado, resolvemos correr na imigração em Spanish Town e dar saída, pois não sei se eles trabalham amanhã.


Arrumamos tudo e saímos velejando só com a genoa, com vento bom e favorável. Saímos de Gorda Sound pelo canal e contornamos a ilha de Virgin Gorda para ir em sua capital. Após uma hora e meia de gostosa velejada, entramos na baia que protege a cidade de Spanish Town, procurando um lugar para ancorar. Ancoramos entre outros barcos, mas precisamos soltar o ferro duas vezes para o barco ficar firme. Não me senti seguro de deixar o barco sozinho e deixei o Jonas no Travessura, enquanto eu ia com a Carol na imigração, que é bem em frente à ancoragem. Lá soube que não poderia dar saída hoje e teria que fazê-la amanhã de manhã (sim, eles trabalham no domingo!), pois tenho apenas 12 horas para sair das BVI's após dar a saída.
Quando eu voltava com a Carol para o Travessura, o dono de um barco nos chamou e perguntou se queríamos livros em português. Claro!!! Logo ele veio com uma caixa com mais de 20 livros, que fez os olhos da Carol brilharem. Seu nome é Otto, ele é alemão e fala português pois foi casado com uma brasileira. Obrigado, Otto!


Voltei com a Carol para o Travessura e, enquanto os adolas começavam a “devorar” os livros, resolvi mergulhar para ver como estava âncora. Vi que ela estava com a ponta apoiada numa pedra e uma grande marcar de areia indo até a pedra. Significa que ela não unhou no fundo, mas apenas se apoiou na pedra, que não é muito grande. O fundo é de areia muito dura, com uma camada muito leve de areia por cima e muitas pedras. O barco pode girar e, a qualquer momento, se soltar da pedra onde está preso, indo bater em outros barcos (há vários em poitas e ancorados por ali). Para evitar um acidente, resolvemos nos mudar para uma poita, que apesar de cara (de 25 a 30 dólares por dia), valeria a pena. Logo o Travessura estava seguro numa poita muito forte.


Resolvemos conhecer Spanish Town, pagar a poita e comprar algumas coisas. Fomos com dingue até a marina local, que é muito bonita. Começamos a procurar o lugar para pagar a poita, mas estava fechado. Nem a secretaria do clube estava aberta! E amanhã é domingo, nada abre por aqui. Conhecemos o clube, fizemos compras e voltamos logo para o barco, pois a fome estava grande e precisávamos fazer o jantar.


A noite foi passada vendo filmes, lendo livros e acessando a internet, que também é grátis e boa aqui.



Spanish Town



Acima e abaixo: marina de Spanish Town








Livros que o Otto nos deu. Obrigado!!!



Final da tarde em Spanish Town



sábado, 16 de abril de 2011

De 15/04/2011 – BVI

O dia amanheceu nublado e sem vento. Jonas e Carol, logo de manhã, foram se encontrar com os “adolas” dos outros barcos na praia, para jogarem vôlei, nadarem e velejarem de windsurf. Eu fiquei para o meu “martírio”: fazer o Imposto de Renda. Com a internet rápida, puxei rapidamente os programas que precisava. Passei e manhã fazendo o IR e parte da tarde atualizando blog e respondendo e-mail's.

Fizemos um almoço no meio da tarde e ficamos o resto do dia no barco relaxando. À noite, assistimos o último filme de Harry Potter em inglês e dois capítulos da Feiticeira. Os “adolas” passaram o dia inteiro falando inglês com os amigos e assistindo os filmes à noite. Isso é o que eu chamo de “aula de inglês”!!!
De 14/04/2011 – BVI

Passei boa parte da manhã fazendo trabalhos na internet. Depois fomos com o bote até Bitter End, uma mistura de marina, escola de vela e hotel luxuoso, com todas as mordomias. É um lugar muito bonito e com ótima estrutura náutica, mas seu mercadinho é bem caro! Cheguei a pagar 3 dólares por uma baguete grande. A vantagem deste lugar e, também, de Saba Rock, é que se você alugar uma poita por um dia, ganha 250 galões de água e um pacote de gelo grátis!!! Quer coisa melhor para um veleiro em travessia?! Não ficamos na poita e não estávamos precisando de água. Mas fica a dica para quem vier para cá um dia.

Fomos convidados para um happy hour no trawler da família Besemer, cujo título é “Three at Sea”, Que coincidência, não? Os “Três no Mundo” foram conhecer os “Três no Mar”! (Vejam mais da família em www.threeatsea.com). Haviam várias tripulações dos barcos ancorados no lugar e haviam vários adolescentes reunidos. Foi a alegria da Carol e do Jonas, que ficaram até quase dez horas no bate-papo (em inglês) com os outros. O pessoal dos barcos em volta são muito simpáticos e muito gentis. As tripulações no happy hour vieram de 4 continentes diferentes!




Acima e abaixo: escola de vela de Bitter End.




Acima e abaixo: Bitter End




Saba Rock vista de Bitter End


Acima e abaixo: Resort de Bitter End