O Jonas assumiu o primeiro turno e eu peguei o segundo, à meia noite e trinta. Havia muito trânsito de barcos, pois o pessoal navega muito por aqui. Vi três navios de cruzeiro, vários veleiros e muitos barcos de pesca durante meu turno, que estendi até as cinco e meia da manhã, para os “adolas” poderem descansar bem.
Quando eram quase cinco da manhã e o sono já estava forte, fechei um pouco os olhos para descansá-los, sentado no cockpit para não dormir. De repente, tomei uma pancada forte na cabeça que me atordoou. Senti algo molhado na testa e abri os olhos procurando o que tinha caído em mim, achando ser alguma peça do barco que se soltara, e levei a mão à testa para ver se eu estava sangrando. Escutei algo se batendo no cockpit e vi um grande peixe voador, de mais de um palmo, perto de mim. Não havia sangue na minha testa, mas sim gosma de peixe com cheiro forte e que também passou para a mão! Fiquei com vontade de deixar o danado do peixe morrer no cockpit, mas imaginei que ele devia estar mais assustado do que eu e acabei jogando-o ao mar antes que morresse. Que susto!!! Acordado pela adrenalina, fiquei até cinco e meia e chamei a Carol quando amanhecia. O Jonas pegou o turno seguinte e eu acordei às nove e meia, com o dia muito bonito e o mar um pouco mexido, mas de um azul profundo. O vento esteve sempre favorável de alheta. Fomos só com a genoa e nossa média foi de 5 a 6 nós, ou seja, uma travessia muito tranquila. Chegamos em Tortola às quatro da tarde, ancoramos e o Jonas foi perguntar onde podíamos deixar o bote num barco ao lado. Acabou conhecendo um argentino que fala português e velejou muito por Ubatuba e Ilhabela. Coincidências!!!
Descemos e fomos para a imigração e customs. Todo o processo foi fácil e rápido e as pessoas foram bem atenciosas. Gastei 21 dólares na customs e 9 dólares na imigração. Na volta, paramos no Fat Boy, que estava ancorado dentro do porto. Conversamos um pouco com os amigos e resolvemos trazer o Travessura para dentro do porto, que é muito mais abrigado, e saímos para buscá-lo. Ancoramos ao lado do Fat Boy, jantamos e fomos ao barco dos amigos, onde ficamos papeando até altas horas, contando e escutando muitas histórias de velejadas e de nossas vidas. Saindo de lá, ganhamos camisetas do Fat Boy de presente, que os “adolas” já saíram usando.
O amigo André, que acompanha nossa viagem, mandou informações muito interessantes sobre a balsa que vimos ontem em Simpson Bay. Vejam em http://www.popa.com.br/_2008/noticias/index.htm os “jovens” que fizeram essa travessia!!!
Vida boa na travessia para as BVI's
Olá aos navegantes !
ResponderExcluirComo são bonitas essas Ilhas Virgens . . . Percebi que já visitaram várias delas e agora devem estar na Virgem Gorda, em Malone Bay. Manda as fotos. Abç. Nio