Três no Mundo

Três no Mundo
Sérgio, Jonas e Carol rumo ao Caribe e Europa

domingo, 4 de dezembro de 2011

De 25/11/2011 – Travessia Cabo Verde - Natal
A noite foi de motorada. Às 3 da matina, um pouco antes do meu turno, entrou um vento bom. Acordei e, mesmo com preguiça, ajudei a Carol a colocar o barco para velejar. Ainda bem, pois velejamos por uma hora. Se eu tivesse esperado para colocar o barco para velejar no meu turno, que começava às 4 horas, não teríamos aproveitado o vento. Como diz o amigo Luís, “vento e dinheiro não aceitam desaforo”!
No começo do meu turno coloquei o motor novamente para funcionar e, no turno do sempre sortudo Jonas, entrou um vento bom que durou até o meio-dia. Após um omelete com queijo, azeitonas e torradas, voltamos à motorada. O mar está desencontrado, com ondas por trás e pela bochecha de bombordo, que balançam muito o barco.
Às 14:30 horas, a Carol deu o grito: “- Baleias!” e saímos correndo para vê-las. Estavam na proa a boreste e fomos nos aproximando. Quando estávamos mais perto, vimos que havia outras por bombordo. Estávamos passando no meio do bando!!! Não eram baleias grandes, eram pretas e tinham a cabeça arredondada. Acho que eram baleias-piloto. Ficamos em visualização por uma meia hora e passamos a uns 50 metros da mais próxima. Legal!!!
Hoje coloquei as cartas náuticas do Brasil novamente no GPS! Agora, sim, a sensação de estar chegando aumenta!!!
Durante a tarde, vi que a contra-adriça da mestra (um cabo que nos ajuda a baixar a mestra quando necessário) estava preso numa cruzeta. Deu trabalho, mas conseguimos soltá-lo.
Fiz o almojanta às seis e meia e, para comer tranquilos, estávamos com o motor e só a mestra no segundo rizo. Um ventinho começou, mas esperamos acabar para abrir a genoa e desligar o motor. Ainda bem!!! Ele começou a ficar cada vez mais forte, até que vimos a chuva que o acompanhava passar na horizontal!!! O mar ficou branquinho e fomos obrigados a baixar a mestra também, pois o barco estava “desembestado”. Eu ainda não havia acabado de comer, mas deixei o meu prato na pia e fui ao trabalho. Ainda bem que vimos o problema do cabo durante a tarde, pois senão não conseguiríamos baixá-la de jeito nenhum e alguma coisa poderia se quebrar! Abrimos só um pedacinho de genoa e deixamos o motor engatado para ajudar o piloto automático. O Jonas tomou um borrifo de água de uma onda e do vento durante a manobra de baixar a vela, pois ele foi ao leme nessa hora. Disse que agora sabe o que sente um velejador de um VOR (Volvo Ocean Race, classe de regata de volta ao mundo) e, para ele, mudou o parâmetro do que é um “borrifo”. Nessa hora o vento estava na casa dos 50 nós (quase 100 km/h) ou mais! Imagine, então, o borrifo!!!
Essa situação de vento muito forte, entre 40 e 50 nós, perdurou por meia hora e aí caiu para uns 30 nós. Aumentamos um pouco a genoa, mas deixamos o motor ligado sustentando o piloto, pois escurecera, tudo ficou um breu e não conseguíamos mais ver os pirajás (seguro morreu de velho!!!).
O dia foi de altas emoções e andamos 98 milhas nas últimas 24 horas. Pena que não conseguimos entender nada da transmissão do Dorival, pois o ruído era intenso.


Acima e várias abaixo: baleias!!!





Cinquenta nós de vento batendo! Ainda bem que o mar não cresceu.

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