Três no Mundo

Três no Mundo
Sérgio, Jonas e Carol rumo ao Caribe e Europa

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

De 30/11/2011 – Travessia Cabo Verde - Natal
A noite foi estrelada e bonita, com o mar bem mais calmo, sem respingar água no cockpit. O dia amanheceu muito bonito, bom para levantar nosso astral. O vento aparente, na casa dos 13 a 15 nós, está perfeito para velejar. Continuamos andando só com a genoa, para não chegar em Natal de madrugada. Estamos controlando a navegação para tentar chegar na sexta-feira de manhã.
Logo cedo colocamos a linha na água, para tentar comer um peixe hoje.
Aproveitamos a situação boa de mar e trocamos a lâmpada da luz de navegação de proa. A lâmpada de led, muito cara, que comprei em St. Marteen, já era! Coloquei uma reserva incandescente mesmo e vamos embora.
Um peixe grande mordeu a isca e comecei a trabalhá-lo, mas a linha arrebentou. Preciso trocar essa linha, pois é muito fina e está se rompendo facilmente. Lá se foi uma excelente rapala!!! Não nos demos por vencidos e coloquei na água a nossa linha de mão de pesca pesada, com uma rapala “da boa”, igual à que se foi.
Durante o turno do Jonas, apareceram golfinhos e ele correu para a proa e nos chamou para vê-los. A Carol logo foi atrás. Quando saí da cabine para vê-los, qual não foi minha surpresa quando vi duas baleias ao lado do barco, a uns trinta metros! Ao mesmo tempo, baleias pelo través e golfinhos na proa!!! Eles ficaram apenas uns 10 minutos conosco e voltaram para o lado das baleias. As baleias eram diferentes das que vimos até agora, pequenas e com uma nadadeira dorsal muito pronunciada. Até achei que eram orcas, mas depois vi que não eram.
Fiz uma manutenção na vara de pesca, arrumando os passadores, e coloquei outra linha na água para o teste. Algum tempo depois um peixe bateu na vara, mas escapou logo. Na sequência, fui ver o peso da linha de mão pesada e senti que não estava normal. Comecei a puxar e logo vi, na flor da água, um peixe pranchado. Vim puxando com cuidado e peguei o bicheiro para içá-lo. Era um lindo wahoo, de cerca de 3 quilos e meio!!! Sangrou bastante e, assim que morreu, lavei a plataforma de popa e o bote e levei-o para a lateral do barco para limpá-lo. Tirei dois grandes filés sem pele do peixe e separei-os em partes. Enquanto eu limpava o peixe, o Jonas conseguiu ver Fernando de Noronha pelo través. Passamos 18 milhas ao sul do arquipélago. Terras brasileiras enfim!!!
Aproveitamos e tomamos nosso banho de balde, pois o dia está ensolarado e a água quente. Após o banho, fui para a cozinha e filetei alguns pedaços mais grossos do peixe e fizemos uma grande pratada de sashimi. Ainda bem que comprei wasabi e shoyo em St. Marteen!!! Nosso último sashimi foi no Caribe, feito no veleiro Luar, com o amigo Pimenta e as tripulações dos veleiros brasileiros Luthier e Flyer nos acompanhando. Estávamos com saudades!!! E ficou melhor ainda em águas brasileiras, vendo Noronha ao nosso lado e já com gostinho de chegada.
Tiramos bastante pano no final da tarde. Nossos planos são andar devagar esta noite, de dia andar em velocidade de pesca (5 a 6 nós), na outra noite andar devagar novamente e chegar na beirada da plataforma continental de manhã, com o dia nascendo, para ir pescando até Natal. Com sorte, conseguiremos chegar com alguns peixes de presente para nossos amigos dessa terra maravilhosa, a capital do sol!
Nosso andamento do último dia, mesmo segurando o barco, foi de 134 milhas! Vamos ter que tirar mais pano esta noite.
O final do dia foi bonito e tivemos um belo pôr-do-sol. À noite, conseguimos escutar a conversa do Dorival com outro barco e soubemos que estão bem e quase chegando na ITCZ. Aproveitei que a tripulação estava toda acordada e grelhei o resto do peixe que pescamos. Foram três rodadas de peixe grelhado com batatas fritas acompanhando! A tripulação estava mesmo com vontade de peixe. Devoramos o wahoo todo hoje!!! Como disse o Jonas: “- Que Deus cuide da alma do bendito peixinho, porque do corpo dele cuidamos nós!” (rsrsrs!!!).
À noite, recebemos outro “clandestino” no Travessura. Só que esse foi mais esperto e escolheu o painel solar para pousar.


Golfinhos e baleias!!!




Peixe para almoço!


Que, é claro, virou logo sashimi!


Lindo pôr-do-sol.


Mais um clandestino (ou será o mesmo de ontem?).

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