Três no Mundo

Três no Mundo
Sérgio, Jonas e Carol rumo ao Caribe e Europa

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

De 24/09/2010 – Recife
Acordamos todos cedo e fomos tomar o café da manhã na dona Lindalva. Os tripulantes novos já começaram a se acostumar ao Travessura, coisa importante numa travessia como a da Refeno. Se chegam em cima da hora, sempre há problemas de adaptação.
Fui para a reunião de comandantes da Refeno, onde foram explicadas as condições meteorológicas, que não serão fáceis (ondas previstas de 3 a 4 metros e ventos de mais de 20 nós), regras de largada e chegada e outras coisas importantes. Como acontece todo ano, um funcionário do orgão de proteção ambiental, antigamente o IBAMA e agora o ICM Bios, fez seu discurso antipático e pouco educado sobre todas as proibições que cercam Noronha (algumas até inventadas por ele). Velejadores respeitam o meio ambiente por natureza e procuram sempre protegê-lo e até melhorá-lo, recolhendo lixo que encontram espalhado. Poderiam fazer uma palestra menos agressiva e mais educadora na Refeno. Só que Noronha é isso: proibições e agressividade dos, como chamamos, “eco-chatos” aos seus visitantes. E muita coisa lá também é uma “reserva de mercado”. Há coisas que só são permitidas para poucas pessoas ou empresas, que fazem o preço que querem para realizar as tarefas ou alugar as coisas. Vocês verão isso nos relatos adiante. Por isso, o título de “Paraíso na Terra” é perfeito: a beleza celestial em terra e água, concentradas numa pequena ilha, onde seus “protetores” humanos perturbam-nos com um imenso número de regras e proibições, muitas delas, no mínimo, esdrúxulas! Para mim, isso é deseducação ambiental, pois nos faz ficar com raiva do comportamento autoritário e burro desses “protetores”.
Um exemplo disso aconteceu no meio da reunião. O Jonas vem trazendo sua prancha de windsurf, com o sonho de velejar em Noronha, desde Ilhabela. Uma das proibições do “fiscal da natureza” foi justamente o windsurf, até na área de Noronha que é apenas uma APA e não um parque. Fiquei mordido!!! No final da reunião, fui falar em particular com o “fiscal” e perguntei porque, num lugar onde há campeonato de surf e onde é permitido velejar, o windsurf é proibido. Ele respondeu que é proibido e pronto, quis fechar o assunto. Eu retruquei dizendo que queria ver a lei que proibe windsurfar em APA's, pois nunca vi isso. Ele se sentiu acuado e teve que abrir o jogo, pois não existe essa lei. Disse que a APA de Noronha tem uma lista de “atividades permitidas” e eles entendem que, juridicamente, o que não está na lista é proibido. Tive vontade de perguntar: “- Respirar está nessa lista?”, mas fiquei quieto, pois poderiam inventar uma taxa para poder respirar na ilha! Ainda discuti que esse “entendimento jurídico” de “o que não está escrito que é permitido é proibido” é totalmente errado, mas deixei o problema para lá e resolvi esperar para chegar na ilha.
À noite, fomos no Socadinho's, que fica perto do clube, e comemos muito bem lá. Fiz a navegação para Noronha e, com o auxílio do Dimitri, tentei novamente ligar o meu GPS com o software MapSource, para poder subir cartas e rotas. Não deu certo, mas o Dimitri deu a pista: o cabo serial-USB deve estar com problemas. Vou deixar para ver isso mais para a frente.
Dormimos cedo para acordar de madrugada amanhã, pois precisaremos levar o barco para fora do Cabanga no topo da maré alta.

De 23/09/2010 – Recife
Fizemos um bom café da manhã e o corintiano Pimenta bebeu seu suco no “copo da sabedoria” (vejam foto).
Entre várias coisas para fazer, corremos ao mercado para fazer as compras de mantimentos para oito pessoas e vários dias no barco. No caminho, passamos numa agência do correio e mandamos o material dos adolas. O engraçado foi que a agência do correio também era uma loja de perucas! E adivinha se o Pimenta não resolve colocar uma das perucas (ruiva de cabelos longos!!!) e ir mexer com o Jonas e a Carol que ficaram no carro! Todo mundo na rua parou para ver e a moça do correio largou o caixa aberto e correu para a vitrine para ver também!!! Só o Pimenta, mesmo!
Paramos para cortar os cabelos de todos e depois fizemos o grande mercado.
À noite, nos arrumamos para o jantar da Refeno. É engraçado ver como mudam os velejadores em dia de festa. Todos arrumados, pois deixamos de lado as bermudas, chinelos e camisetas surradas que nos caracterizam. Foram muitos os encontros na festa, pois os amigos que faltavam chegaram todos hoje. Encontramos o Bernardo, comodoro o Iate Clube da Paraíba, cunhado e filhos, que não víamos desde 2006.
No meio do jantar, chegou a família Matosko e saímos para recebê-los. Dimitri, Sirleine, Thaís e Carol eram os últimos tripulantes do Travessura que faltavam. Recebemos os amigos e colocamos suas malas no Travessura. As “malinhas” do Dimitri eram as maiores e mais pesadas! Já as das moças eram leves e compactas. Explica-se: o Dimitri levou seu fantástico material fotográfico para Noronha (não dá para não levar) e pressionou as meninas (Sirleine incluída!) a diminuir suas malas para não pesar o barco! Fico imaginando se a Lu também estivesse lá. Provavelmente afundaríamos com o peso das malas! (rsrsrs)
Impossibilitados de voltar para a festa por proibição dos seguranças, não nos alteramos e ficamos conversando e curtindo os amigos até as duas da matina no Palhoção, onde não havia barulho e podíamos nos escutar mutuamente, trocando novidades e histórias. Gostamos muito desses amigos e, apesar de nossas vidas se cruzarem em um momento negro das nossas vidas e de uma forma comercial (foram eles que compraram nosso Trinta-Réis após a Mônica falecer), a amizade nasceu, cresceu e cresce mais, sempre que nos encontramos. Se posso atribuir-lhes características marcantes, Dimitri é a inteligência, Sirleine é a empreendedora, Thaís é a simpatia e Carol é a doçura.
Pronto, a tripulação está toda aqui e a diversão será garantida! Aliás, com duas Carolinas a bordo, a confusão de nomes também será garantida!

Um comentário:

  1. Pimenta . . . é um grande cara !
    Agora, de peruca e bebendo no copo do São Paulo . . . xiiiiiiii

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