Três no Mundo

Três no Mundo
Sérgio, Jonas e Carol rumo ao Caribe e Europa

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

De 25/09/2010 – Travessia Recife- Fernando de Noronha (Refeno)
Acordamos às quatro da matina para soltar tudo que nos prendia ao píer, arrumar algumas coisas que faltavam e levar o barco para fora na maré alta. Tivemos que esperar os outros barcos saírem, pois nossa vaga “presidencial”, arrumada pelo Torpedinho, era uma das mais internas, na frente do píer. Saímos em procissão, pois todos esperavam essa hora para sair. Ancoramos ao lado do PIC (Pernambuco Iate Clube) e descansamos mais um pouco, para podermos estar descansados para a travessia. Quando levantamos todos, começamos as últimas arrumações e amarrações, entre elas preparar a comida para a travessia, para não precisar cozinhar durante a navegação. Fiz um ensopado de carne de sol com legumes e a Sirleine fez duas deliciosas panelas de bacalhau, para comermos no almoço de hoje. Estava divino e uma panela de bacalhau sobrou. Já fiquei sonhando com esse bacalhau durante a travessia!
Chegou a hora de levantar âncora e seguir para a área de largada. Todos estavam muito animados e ansiosos. Passamos na frente da arquibancada (é, montam uma arquibancada e a largada é na frente do público, que delira com os veleiros passando – só vi isso na Refeno até hoje!) e fizemos nosso check-in. Retornamos para a área de preparação, abrimos a genoa e ficamos manobrando até a hora da largada. Percebi que vários barcos ainda faziam check-in quando iniciaram o procedimento de largada. Quando foi dado o sinal de partida, seguimos a milhão para a linha, com os panos todos ajustados, ganhando velocidade. Quando olhei por baixo da vela, a surpresa: o Mayra-Mussulo, um barco de 49 pés, vinha exatamente na nossa direção, saindo da área de check-in. Gritei água o mais forte que pude e tentei orçar. Ele ouviu, mas desviou para o lado errado, ou seja, por onde eu queria escapar. Não teve jeito: tivemos que girar os dois barcos para não bater e ainda bem que ninguém vinha atrás de nós. O Mayra-Mussulo girou 180 graus e seguiu para a saída da barra. Nós tivemos que girar 360 graus, para evitar o choque e seguir novamente para a saída. Como essa regata é uma grande festa e o importante é a diversão de todos e chegarmos todos bem, nem levantamos a bandeira de protesto, pois vimos que foi uma distração e não foi proposital. Fomos orçando e ganhando novamente velocidade, passando um a um todos os barcos à nossa frente. Passamos a entrada da barra em terceiro e fomos o primeiro barco a montar a boia norte. Só que, daqui para a frente, os barcos maiores levam mais vantagem, por terem mais linha d'água e mais velocidade. Mas saímos satisfeitos, pois mostramos ser uma ótima tripulação!
Colocamos o Travessura no rumo de Noronha e vi que o mar ainda não estava tão alto como o prometido pela meteorologia. Mas, durante a tarde e começo da noite, o mar e vento foram ficando mais altos e mais fortes, cobrando “cargas ao mar” de parte da tripulação. Fizemos um revezamento no leme entre o Dimitri, Jonas, Pimenta e eu. Como combinado, correríamos a Refeno dentro das regras, sem usar piloto automático.
Com o vento apertando, resolvemos rizar a mestra. A velejada estava ótima, muito rápida, e eu esperava chegar logo a grandes profundidas para fugir das ondas mais altas.


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