De 16/11/2011 – Travessia Canárias – Cabo Verde
Correnteza e vento nos levavam rapidamente para Mindelo, mas conseguimos segurar o barco para aproximar devagar e esperar o dia nascer. Ao chegarmos mais perto da ilhas de Cabo Verde, observamos sua geografia com altos picos e grandes paredões descendo até o mar. A Carol disse que “dá a impressão que alguém cortou a montanha com uma faca”, tão abruptas são suas quedas!
Entramos na baia abrigada de mar, mas rajadas de vento desciam das altas montanhas. Procuramos a marina e a encontramos atrás do porto de contêineres. Eram nove horas da manhã quando chegamos. Havia muitos barcos ancorados e muitos na marina. Um funcionário nos indicou uma vaga e lá fomos nós. Entramos de frente na vaga e, na hora de pegar a poita para amarrar a popa, o Jonas demorou para pegá-la e segurou o barco. Com isso, perdemos seguimento e, por azar, uma forte rajada nos empurrou para cima do barco vizinho. Batemos na sua popa e sua tripulação acordou assustada. Logo saíram para ajudar e conseguimos colocar o Travessura numa posição para não quebrar nada. Nosso leme entrou no cabo de popa do outro barco e ficamos presos. Precisamos mudar os cabos de popa de lugar e eu mergulhei para soltar o cabo de nosso leme. Dessa forma, posicionamos o barco, pedimos desculpas (ainda bem que nada quebrou!) e fomos para a marina dar entrada do barco. O pessoal da marina é muito simpático e nos lembra um pouco a Bahia. Uma notícia muito boa é que eu vira no site da marina que gastaríamos 40 euros por dia para ficar aqui, mas na hora de pagar a conta, o valor real foi de 23 euros/dia. Vamos poder passear mais com a diferença!
Tomamos um ótimo banho de chuveiro e saímos para tomar o café da manhã numa padaria. Conhecemos na marina a tripulação de um barco espanhol que está indo para o Brasil. Três são brasileiros e o dono do barco é espanhol. São muito divertidos e cruzamos com eles em vários lugares que passamos e eles nos deram muitas dicas da cidade. Tiramos o lixo do barco, arrumamos umas coisinhas, deixamos a roupa para lavar e fomos almoçar num restaurante bem típico de velejadores na frente da marina. O uniforme do restaurante é camisetas do Pilar Rossi do Nelson Piquet! Após o almoço, fomos na polícia e imigração fazer nossos papéis de entrada. Os funcionários são muito simpáticos e ficamos falando de novelas brasileiras um bom tempo. É impressionante como nossas antigas novelas eram vistas aqui! Falaram e muitas e, principalmente, das melhores. Nos disseram que a hora da novela era sagrada e que várias famílias se reuniam na casa de uma delas, para juntos assistirem e comentarem o capítulo do dia. Lucélia Santos é mais conhecida e querida aqui do que no Brasil!!!
Voltamos para a marina, tomamos algo (a cerveja daqui é muito boa!) e passeamos para conhecer os barcos, entre eles, um lindíssimo barco antigo parecendo um galeão!
Arrumamos mais algumas coisas no barco e tentei usar a internet, que é péssima! A compensação ficou por conta do lindíssimo final de tarde avermelhado na marina. E vejam nas fotos, que compensação!!!
No começo da noite fomos pegar as roupas que deixáramos para lavar, tomamos um lanche e fomos para o barco, ver o resto do filme que deixamos no meio outro dia (continuou chato!) e descansar para poder passear amanhã.

Acima e várias abaixo: chegando em Cabo Verde!

Olha aí, Pimenta, o futuro barco do Danilinho!!! (o Pimentinha - rsrsrs!!!)

Os mini-transat: a paixão do Jonas!

Réplica muito bem feita de um barco muito antigo.

Acima e abaixo: Travessura em Cabo Verde!

Olha o pôr-de-sol na marina!!!