Três no Mundo

Três no Mundo
Sérgio, Jonas e Carol rumo ao Caribe e Europa

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

De 21/07/2011 – Lisboa - Carvalheira
Acordamos cedo e já começamos as arrumações, pois o primo Celestino virá nos buscar para irmos para a Carvalheira, terra de meu pai, que fica próxima a Cantanhede. Fizemos nossas malas e pegamos tudo que precisávamos para passar alguns dias com ele.
Enquanto estávamos na arrumação, a prima Isabel nos telefonou e a convidamos para almoçar conosco. Como foi bom revê-la! Já faziam sete anos que não nos víamos. Papeamos muito durante o almoço, contando nossa viagem e sabendo as novidades do pessoal do Vale Grande, terra de meus avós maternos. Relembramos muito a sua ida ao Brasil e a Ilhabela, que ela gostou muito. Não saía da água, mesmo fria! Ela só nos dizia: “- Acham a água fria? Vão tomar banho na praia de Mira para ver o que é água fria!”, e ria um bocado!
Ela nos deu carona até perto do aeroporto e de lá pegamos um táxi até ele, que é o ponto de encontro com o primo Celestino. Celestino chegou pontualmente e nos pegou para irmos para sua casa. Ele viajou duas horas da Carvalheira até Lisboa só para nos pegar! E dirigiu mais duas horas de volta conosco! Só quem o conhece e sabe o quanto ele trabalha, em horas e intensidade, pode reconhecer a gentileza que foi tirar essas horas para nos buscar. E não é só isso: disse que tinha um carro para nos emprestar durante o tempo em que estivéssemos aqui. O Jorge, primo pelo lado de minha mãe, também nos ofereceu um carro e, de uma hora para outra, estávamos com dois carros à nossa disposição! Conversamos a viagem inteira de Lisboa até a Carvalheira, falando da família e de como estavam todos. Contamos bastante dos lugares por onde passamos e, aos poucos, fomos matando as saudades deste primo querido.
Ao chegar à Carvalheira, o coração bateu mais forte! Depois de 45 anos passados, volto a ver essa Carvalheira, da qual tenho tantas recordações e saudades. Estive aqui quando tinha 5 anos, mas marcou tanto que lembro muitas coisas. Ela mudou bastante: suas ruas estão todas calçadas e suas casas melhoraram muito. Mas a recepção e o calor humano dos primos e tios continua o mesmo, esse sempre quente e aconchegante seio de nossa família!
Ao chegarmos, abraçamos muito a todos, reencontrando a Cidália, Marly (que tem esse nome em homenagem à minha mãe) e o Ladislau, irmão da Cidália e sua família, que também são do Brasil e estão hospedados na casa do Celestino. Conhecemos ainda o Mário, marido da Marly, que parece ser um rapaz muito tranquilo e inteligente e de quem logo gostamos.
O jantar foi especial: a Cidália fez broas e bacalhau a lagareiro (bacalhau grelhado nas brasas retiradas do forno e regado com azeite). Tudo delicioso e muito típico da região. Registrei tudo fotografando. E o vinho?!!! Ah, vinho de lavrador à mesa, cujo sabor e buquê é infinitamente melhor do que os vinhos “comerciais”. E ainda por cima feito pelos primos e tio, com as uvas que eles cultivaram. Não podia ser melhor!
O Jonas e a Carol tomaram jeropiga, um maravilhoso licor de uva, meu preferido desde que eu tinha cinco anos, quando andava atrás de meu tio pedindo mais um golinho!
Os tios Albino e Olívia chegaram e fiquei muito contente em vê-los bem! Quantas recordações! O tio Albino está com 85 anos e a tia Olívia, irmã de meu pai, está com 87. Fora algumas rugas e os cabelos brancos, com os quais foram premiados pelo tempo, estão como eu lembro deles: sempre sorridentes, carinhosos e parecendo eternos namorados!
Tivemos um jantar de muitas recordações. Fomos relembrando casos, como nosso cabrito de estimação, que o tio ficou cuidando depois que retornamos para o Brasil em 1966 (deu um belo bode assado quando ficou maior e destruidor!); a brincadeira de pega-pega descalços no dia em que chegamos em Portugal nesse ano, muito memorável, pois eu e meu irmão acabamos correndo sobre um campo de abóboras e espetando os pés (coisas de criança de cidade!); como gostávamos de tirar a boina de meu avô para lhe ver a careca. Foi uma noite inesquecível! Meus filhos escutavam as histórias e se divertiam! Estão começando a enxergar suas raízes e ainda há muito o que ver neste maravilhoso Portugal. Principalmente, o melhor dele: suas pessoas!


Prima Isabel nos visitando no Travessura.


Aquecendo o forno para as broas.


Carol descobrindo as uvas do quintal do Celestino.


Algumas das parreiras foi o meu avô que plantou.


Casa do Celestino e Cidália.


Nossa nova condução! Nunca imaginei que ia dirigir um Mercedez algum dia!


Acima e várias abaixo: Cidália assando as broas.




Bacalhau assado nas brasas do forno.


Broas prontas e a Cidália, a "padeira".




Ladislau tirando o bacalhau.


Nós com os tios Albino e Olívia (e o Celestino aparecendo no cantinho).


Acima e abaixo: jantar em família. Simplesmente MARAVILHOSO!



Tios! Sempre sorridentes e carinhosos.

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