De 08/12/2010 – Travessia Fortaleza - Tobago
O turno da madrugada foi muito bonito, estreladíssimo. Às 7:00 hs o vento morreu novamente e ligamos o motor até as 9:00 hs, pois não queremos chegar á noite em Tobago. Além de ser mais difícil chegar num lugar desconhecido à noite, ainda teríamos que pagar uma taxa maior na imigração e alfândega.
Colocamos uma vara de pesca para tentar pegar um peixe para a chegada, coisa que ainda não fizemos na viagem, pois tínhamos muita comida fresca, que acabou ontem. Todos bem à bordo e todos muito acostumados com o balanço do mar. Espero que não mareiem quando descermos em terra (isso acontece algumas vezes!). A vontade de chegar está grande, para podermos encerrar o ciclo da travessia, a maior que fizemos com um barco nosso até hoje, e poder conhecer novos lugares e culturas. As roupas que ficaram molhadas muito tempo estão cheirando mal. Algumas toalhas virarão pano de chão.
No final da manhã, um belo arco-íris se formou como um portal bem na nossa frente. É o nosso portal para o Caribe!!! Às 11:15 hs perdemos um peixe. Pouco tempo depois, três golfinhos passaram rapidamente pela proa do Travessura. A partir daí, tivemos o melhor dia da viagem e de muitos anos! Pegamos um atum pequeno, que não deu trabalho e deixou todos contentes. Recolocamos a linha na água e enquanto eu ainda limpava o peixe, no meio de um pirajá, a fricção começou a cantar novamente e vi que o peixe era bem maior. Após uma briga de 15 minutos, com o Jonas controlando a velocidade e direção do barco e o Antonio com o bicheiro na plataforma de popa, pescamos um lindo wahoo de cerca de 10 quilos!!! Peixe lindo e gostoso! Removemos a linha da água, pois já temos carne de peixe para uns 4 dias, e continuei a limpar os peixes, que sangravam bastante no cockpit e corredor lateral do Travessura. Os pirajás não cessavam, mas não diminuiam a nossa alegria. Levei uma hora para limpar os peixes e, como era hora de almoço, fiz um grande pote de sashimi. O Antonio achou que era sashimi demais, mas eu conheço a minha turminha! Comemos tudo que foi cortado e sobraram três grandes filés já totalmente limpos e sem pele, de mais ou menos dois quilos cada. A carne que sobrou foi para a geladeira e, mesmo depois do delicioso e super-fresco sashimi, já sonhávamos com as coisas que iríamos fazer com esses filés!
No meio de tudo isso, Tobago havia aparecido à proa e nem havíamos percebido. Estávamos chegando! Começamos a dar uma relaxada para a chegada, mas não houve tempo: um bando de muitos golfinhos enormes apareceram na proa e acompanharam o Travessura por muito tempo. Além de brincarem de chegar bem perto da proa, começaram a dar saltos, inclusive saltos mortais para trás, que eu ainda não havia visto eles fazerem! Foi muito bonito. O Caribe estava nos recebendo em alto estilo e mostrando um pouco do que nos espera por aqui. Quando os golfinhos se foram, ainda antes de retornarmos ao cockpit, uma grande arraia jamanta passou por baixo do barco e subiu à tona ao lado do Travessura, com as pontas de suas longas “asas” para fora da água! Quantas surpresas! E quantas mais ainda nos esperam por aqui?!!!
Fomos nos aproximando de Scarborough, que tem uma entrada bem tranquila. Passamos a proteção de um porto e perguntamos no pequeno prédio da guarda-costeira, com o nosso inglês pobre, onde podíamos ancorar para dar entrada no país. Nos indicaram o lugar para ancoragem e nos dirigimos para lá. Quando acabamos de ancorar, um grande, aliás, enorme, navio para transporte de pessoas e carros, manobrou bem perto de nós, girando 180 graus e parando de popa no porto. Levantamos âncora e fomos fundear um pouco mais para o fundo da baia, ficando mais distante da área de manobra desses barcos. Eram 16:30 hs do Brasil, 15:30 hs de Tobago, e após uma travessia de 10 dias, 3 horas e 30 minutos, chegáramos bem ao nosso destino, sem nenhum contratempo importante. As dezenas de estrelas cadentes que vi nas noites de meus turnos cumpriram o seu papel e realizaram meu desejo sempre repetido de todos chegarmos bem e em segurança.
Mas não havia muito tempo para comemorações (ainda!). Arrumamos rapidamente algumas coisas e descemos para o porto, procurando onde encostar o bote. Vimos uma escada e para lá nos dirigimos. Descemos e, perguntando para algumas pessoas, encontramos o escritório de imigração. O funcionário já estava saindo, mas um outro que estava no local fez a nossa entrada no país. Não foi difícil e nem demorado. A taxa da alfândega foi TT$ 100,00 (cem dólares de Trinidad-Tobago). Um dólar americano corresponde a 6 dólares de Trinidad-Tobago. Se consideramos que um dolar americano equivale a R$ 1,80, podemos fazer uma conversão simples de TT dólar para real, multiplicando o valor de TT dólares por 0,3. Dessa forma, a taxa de imigração custou R$ 30,00 (para todos!). Após a imigração, fomos para a alfândega e o atendimento lá também foi bom e rápido. O custo da alfândega foi de US$ 45,00 para todos.
Procedimentos legais concluídos, fomos passear um pouco pela cidade no final de tarde. Comemos frango, que é o que mais se come em Tobago, num KFC, abusando do molho apimentado. Algumas coisas nos chamavam muito a atenção na cidade. Primeiro, o tamanho das pessoas! A grande maioria da população é negra e são enormes, tanto para cima quanto para os lados! Outra coisa que embeleza e impressiona na cidade são suas cores. Sempre fortes, casas, carros, roupas, comidas, etc., têm cores vibrantes e vivas. Scarbourough é a capital e como tal é um pouco caótica, com grande movimento nas ruas e muito barulho. Mas percebe-se que é alegre!
Resolvi dar uma olhada num pequeno e apertado mercado (todos mercados por aqui são assim) e gostei do que vi: preços bons, compatíveis com o Brasil em sua maioria e com muitas coisas que usamos na nossa cozinha diariamente. Só as frutas, legumes e verduras são caros. Três pequenos tomates, da metade do tamanho dos nossos, custavam 10 TT (R$ 3,00). E o preço das outras coisas são equivalentes. A unidade de medida de peso para compra de frutas e legumes é “pound”, que equivale a umas 450 gramas. As outras coisas, principalmente petiscos, tem bons preços comparados aos nossos. Há muitos produtos brasileiros por aqui e a Carol ficou emocionada ao ver na prateleira o detergente Ipê, que sempre compramos no Brasil, com a bandeirinha do Brasil em seu rótulo.
Voltamos ao barco para descansar da viagem. Tomamos champanhe para comemorar a chegada, vendo filmes das coisas que aconteceram no nosso dia tão intenso e cheio de novidades, conversando bastante das coisas que viramos em Tobago. Nossa chegada no Caribe não podia ter sido melhor!!!
O turno da madrugada foi muito bonito, estreladíssimo. Às 7:00 hs o vento morreu novamente e ligamos o motor até as 9:00 hs, pois não queremos chegar á noite em Tobago. Além de ser mais difícil chegar num lugar desconhecido à noite, ainda teríamos que pagar uma taxa maior na imigração e alfândega.
Colocamos uma vara de pesca para tentar pegar um peixe para a chegada, coisa que ainda não fizemos na viagem, pois tínhamos muita comida fresca, que acabou ontem. Todos bem à bordo e todos muito acostumados com o balanço do mar. Espero que não mareiem quando descermos em terra (isso acontece algumas vezes!). A vontade de chegar está grande, para podermos encerrar o ciclo da travessia, a maior que fizemos com um barco nosso até hoje, e poder conhecer novos lugares e culturas. As roupas que ficaram molhadas muito tempo estão cheirando mal. Algumas toalhas virarão pano de chão.
No final da manhã, um belo arco-íris se formou como um portal bem na nossa frente. É o nosso portal para o Caribe!!! Às 11:15 hs perdemos um peixe. Pouco tempo depois, três golfinhos passaram rapidamente pela proa do Travessura. A partir daí, tivemos o melhor dia da viagem e de muitos anos! Pegamos um atum pequeno, que não deu trabalho e deixou todos contentes. Recolocamos a linha na água e enquanto eu ainda limpava o peixe, no meio de um pirajá, a fricção começou a cantar novamente e vi que o peixe era bem maior. Após uma briga de 15 minutos, com o Jonas controlando a velocidade e direção do barco e o Antonio com o bicheiro na plataforma de popa, pescamos um lindo wahoo de cerca de 10 quilos!!! Peixe lindo e gostoso! Removemos a linha da água, pois já temos carne de peixe para uns 4 dias, e continuei a limpar os peixes, que sangravam bastante no cockpit e corredor lateral do Travessura. Os pirajás não cessavam, mas não diminuiam a nossa alegria. Levei uma hora para limpar os peixes e, como era hora de almoço, fiz um grande pote de sashimi. O Antonio achou que era sashimi demais, mas eu conheço a minha turminha! Comemos tudo que foi cortado e sobraram três grandes filés já totalmente limpos e sem pele, de mais ou menos dois quilos cada. A carne que sobrou foi para a geladeira e, mesmo depois do delicioso e super-fresco sashimi, já sonhávamos com as coisas que iríamos fazer com esses filés!
No meio de tudo isso, Tobago havia aparecido à proa e nem havíamos percebido. Estávamos chegando! Começamos a dar uma relaxada para a chegada, mas não houve tempo: um bando de muitos golfinhos enormes apareceram na proa e acompanharam o Travessura por muito tempo. Além de brincarem de chegar bem perto da proa, começaram a dar saltos, inclusive saltos mortais para trás, que eu ainda não havia visto eles fazerem! Foi muito bonito. O Caribe estava nos recebendo em alto estilo e mostrando um pouco do que nos espera por aqui. Quando os golfinhos se foram, ainda antes de retornarmos ao cockpit, uma grande arraia jamanta passou por baixo do barco e subiu à tona ao lado do Travessura, com as pontas de suas longas “asas” para fora da água! Quantas surpresas! E quantas mais ainda nos esperam por aqui?!!!
Fomos nos aproximando de Scarborough, que tem uma entrada bem tranquila. Passamos a proteção de um porto e perguntamos no pequeno prédio da guarda-costeira, com o nosso inglês pobre, onde podíamos ancorar para dar entrada no país. Nos indicaram o lugar para ancoragem e nos dirigimos para lá. Quando acabamos de ancorar, um grande, aliás, enorme, navio para transporte de pessoas e carros, manobrou bem perto de nós, girando 180 graus e parando de popa no porto. Levantamos âncora e fomos fundear um pouco mais para o fundo da baia, ficando mais distante da área de manobra desses barcos. Eram 16:30 hs do Brasil, 15:30 hs de Tobago, e após uma travessia de 10 dias, 3 horas e 30 minutos, chegáramos bem ao nosso destino, sem nenhum contratempo importante. As dezenas de estrelas cadentes que vi nas noites de meus turnos cumpriram o seu papel e realizaram meu desejo sempre repetido de todos chegarmos bem e em segurança.
Mas não havia muito tempo para comemorações (ainda!). Arrumamos rapidamente algumas coisas e descemos para o porto, procurando onde encostar o bote. Vimos uma escada e para lá nos dirigimos. Descemos e, perguntando para algumas pessoas, encontramos o escritório de imigração. O funcionário já estava saindo, mas um outro que estava no local fez a nossa entrada no país. Não foi difícil e nem demorado. A taxa da alfândega foi TT$ 100,00 (cem dólares de Trinidad-Tobago). Um dólar americano corresponde a 6 dólares de Trinidad-Tobago. Se consideramos que um dolar americano equivale a R$ 1,80, podemos fazer uma conversão simples de TT dólar para real, multiplicando o valor de TT dólares por 0,3. Dessa forma, a taxa de imigração custou R$ 30,00 (para todos!). Após a imigração, fomos para a alfândega e o atendimento lá também foi bom e rápido. O custo da alfândega foi de US$ 45,00 para todos.
Procedimentos legais concluídos, fomos passear um pouco pela cidade no final de tarde. Comemos frango, que é o que mais se come em Tobago, num KFC, abusando do molho apimentado. Algumas coisas nos chamavam muito a atenção na cidade. Primeiro, o tamanho das pessoas! A grande maioria da população é negra e são enormes, tanto para cima quanto para os lados! Outra coisa que embeleza e impressiona na cidade são suas cores. Sempre fortes, casas, carros, roupas, comidas, etc., têm cores vibrantes e vivas. Scarbourough é a capital e como tal é um pouco caótica, com grande movimento nas ruas e muito barulho. Mas percebe-se que é alegre!
Resolvi dar uma olhada num pequeno e apertado mercado (todos mercados por aqui são assim) e gostei do que vi: preços bons, compatíveis com o Brasil em sua maioria e com muitas coisas que usamos na nossa cozinha diariamente. Só as frutas, legumes e verduras são caros. Três pequenos tomates, da metade do tamanho dos nossos, custavam 10 TT (R$ 3,00). E o preço das outras coisas são equivalentes. A unidade de medida de peso para compra de frutas e legumes é “pound”, que equivale a umas 450 gramas. As outras coisas, principalmente petiscos, tem bons preços comparados aos nossos. Há muitos produtos brasileiros por aqui e a Carol ficou emocionada ao ver na prateleira o detergente Ipê, que sempre compramos no Brasil, com a bandeirinha do Brasil em seu rótulo.
Voltamos ao barco para descansar da viagem. Tomamos champanhe para comemorar a chegada, vendo filmes das coisas que aconteceram no nosso dia tão intenso e cheio de novidades, conversando bastante das coisas que viramos em Tobago. Nossa chegada no Caribe não podia ter sido melhor!!!
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