De 01/06/2011 – Travessia Flores – Faial
A noite foi sossegada e continuou de pouco vento, mas nos permitia velejar com todo o pano a mais de 5 nós. Ótimo!!! Dessa forma, cruzamos boa parte do caminho sem obstáculos até Faial durante a noite.
Durante a noite, apoiei onde não devia e quebrei os meus óculos reservas! O principal havia quebrado na travessia de St. Maarten até Flores, numa manobra no mastro. Vou ter que fazer dois em Faial e, enquanto isso, usar os dois pares de olhos reservas que tenho: do Jonas e da Carol.
Amanheceu e já víamos o contorno da ilha. Chegaram golfinhos, depois vi baleias-piloto, depois mais golfinhos... Estamos impressionados com a quantidade de vida marinha destas ilhas.
Chegando perto da ilha, o vento ficou muito instável, mudando de direção e intensidade toda hora. Tivemos que ligar o motor por meia hora, depois o vento voltou, depois parou de novo e assim íamos. Usamos ao todo umas duras horas de motor, o que é muito bom para uma travessia de pouco mais de um dia.
Quando chegamos perto do canal entre as ilhas, uma orça apertada, que nos lembrou muito as regatas com vento sul fortes de Ilhabela, nos esperava. Com a mestra morta e a genoa bem caçada, inclinando bastante o barco, fomos bordejando entre as ilhas de Faial e Pico. Em Faial, víamos a sua costa alta e escarpada, com as muitas propriedades rurais sobre a ilha, paisagem muito parecida com Flores. Pico não é tão escarpada, mas tem um montanha muito alta e que dá o nome à ilha, que estava encoberta pelas nuvens.
Ao nos aproximarmos do porto, ligamos o motor e baixamos a vela. Quando acabamos de baixar a mestra, o motor começou a fazer um barulho muito estranho. Deixei o leme com o Jonas e fui dar uma olhada: os gases de escape do motor estavam saindo dentro do compartimento do motor e, pior, pela entrada de óleo de cárter e tubo da vareta de nível de óleo. Algo quebrou internamente em algum cilindro! Bem, amanhã temos que procurar um mecânico.
Encostamos rapidamente e fui até a imigração fazer nossa entrada. O processo de imigração e marina foi muito fácil e rápido, mas a aduana ficou para amanhã, pois já estava fechada.
Voltamos ao barco, levamos o Travessura para nossa “vaga”, que na verdade é ficar como o quarto barco de uma fila, tendo que pular os outros três para chegar ao píer. A marina está cheia! Esta é a época boa para fazer esta travessia e tudo lota por aqui.
Encontramos com o Dorival e Catarina e eles nos disseram para comer no Peter Café, que é tradicional, muito bom e barato. Lá fomos nós, curiosos para conhecer este lugar tão famoso.
De “café”, o Peter Café Sport não tem nada! Ele é, na verdade, um excelente restaurante de comidas tradicionais portuguesas, com chopperia e museu de arte feita com dentes de baleia (que iremos visitar em outro dia). A Carol pediu um macarrão com frango e eu e o Jonas pedimos um arroz de peixe. Tudo estava delicioso! Eu e a Carol ainda pedimos uma sopa de peixe e uma sopa de baleia. A sopa de peixe estava divina! Já a de baleia, amigos tripulantes virtuais, não precisam ficar preocupados pois não era feita com baleia! Essa sopa leva esse nome, mas é feita de legumes.
Este local, antigamente, antes da era eletrônica, também era usado como “correio”. Os barcos deixavam mensagens para outros barcos, muitas vezes para serem levadas aos seus parentes em terras distantes. Seguindo essa tradição, os amigos que estavam no veleiro Blues (Andy, Galdo, Mario, Paula e Felipe do veleiro Fram), deixaram para nós e para o Luar um bilhete de boas vindas. Logo achamos o bilhete e ele vai para nosso livro de visitas, como recordação da chegada aqui.
Após o farto almoço, curtindo a decoração do local, que é feita com bandeiras e lembranças de barcos que passaram por aqui, entre as quais achamos a bandeira que a Izabel Pimentel deixou com o seu Petit Bateau, fomos andar pela cidade para fazer a digestão. Passeamos um pouco pela cidade, que é muito limpa e organizada. Quase todos os comércios já estavam fechados, mas ainda conseguimos tomar um café e comer pastéis de belém em um pequeno bar.
Voltamos à marina e passeamos por ela. É tradição (e dizem que dá má sorte na travessia se não o fizer!) cada barco que passa por aqui deixar uma pintura nos muros da marina, com o nome do barco e sua tripulação. Vimos muitas, de vários barcos brasileiros e achamos a “alameda dos Brasucas”, que a Andy inaugurou quando passou por aqui. Estava ao lado da pintura dos amigos do Plânckton, que estiveram aqui no ano passado. Há um espaço reservado para nós e não pretendemos dar “sopa” para o azar, não é mesmo?!!!
Voltamos ao barco pensando em usar a internet, também grátis em toda a ilha, mas ela não estava funcionando. Foi melhor, pois logo estávamos na cama, pois todos estávamos precisando descansar. Ainda me belisquei antes de dormir, para ver se não era um sonho: estamos mesmo aqui, nesta esquina do mundo, onde todos que navegam cruzando o Atlântico param há centenas de anos, fazendo aquilo que lemos em muitos livros e com o qual sonhamos tanto! É real e, posso dizer, muito melhor que os meus melhores sonhos!!!
Curiosidade: Os pãezinhos nos Açores se chamam “papos secos”.
A noite foi sossegada e continuou de pouco vento, mas nos permitia velejar com todo o pano a mais de 5 nós. Ótimo!!! Dessa forma, cruzamos boa parte do caminho sem obstáculos até Faial durante a noite.
Durante a noite, apoiei onde não devia e quebrei os meus óculos reservas! O principal havia quebrado na travessia de St. Maarten até Flores, numa manobra no mastro. Vou ter que fazer dois em Faial e, enquanto isso, usar os dois pares de olhos reservas que tenho: do Jonas e da Carol.
Amanheceu e já víamos o contorno da ilha. Chegaram golfinhos, depois vi baleias-piloto, depois mais golfinhos... Estamos impressionados com a quantidade de vida marinha destas ilhas.
Chegando perto da ilha, o vento ficou muito instável, mudando de direção e intensidade toda hora. Tivemos que ligar o motor por meia hora, depois o vento voltou, depois parou de novo e assim íamos. Usamos ao todo umas duras horas de motor, o que é muito bom para uma travessia de pouco mais de um dia.
Quando chegamos perto do canal entre as ilhas, uma orça apertada, que nos lembrou muito as regatas com vento sul fortes de Ilhabela, nos esperava. Com a mestra morta e a genoa bem caçada, inclinando bastante o barco, fomos bordejando entre as ilhas de Faial e Pico. Em Faial, víamos a sua costa alta e escarpada, com as muitas propriedades rurais sobre a ilha, paisagem muito parecida com Flores. Pico não é tão escarpada, mas tem um montanha muito alta e que dá o nome à ilha, que estava encoberta pelas nuvens.
Ao nos aproximarmos do porto, ligamos o motor e baixamos a vela. Quando acabamos de baixar a mestra, o motor começou a fazer um barulho muito estranho. Deixei o leme com o Jonas e fui dar uma olhada: os gases de escape do motor estavam saindo dentro do compartimento do motor e, pior, pela entrada de óleo de cárter e tubo da vareta de nível de óleo. Algo quebrou internamente em algum cilindro! Bem, amanhã temos que procurar um mecânico.
Encostamos rapidamente e fui até a imigração fazer nossa entrada. O processo de imigração e marina foi muito fácil e rápido, mas a aduana ficou para amanhã, pois já estava fechada.
Voltamos ao barco, levamos o Travessura para nossa “vaga”, que na verdade é ficar como o quarto barco de uma fila, tendo que pular os outros três para chegar ao píer. A marina está cheia! Esta é a época boa para fazer esta travessia e tudo lota por aqui.
Encontramos com o Dorival e Catarina e eles nos disseram para comer no Peter Café, que é tradicional, muito bom e barato. Lá fomos nós, curiosos para conhecer este lugar tão famoso.
De “café”, o Peter Café Sport não tem nada! Ele é, na verdade, um excelente restaurante de comidas tradicionais portuguesas, com chopperia e museu de arte feita com dentes de baleia (que iremos visitar em outro dia). A Carol pediu um macarrão com frango e eu e o Jonas pedimos um arroz de peixe. Tudo estava delicioso! Eu e a Carol ainda pedimos uma sopa de peixe e uma sopa de baleia. A sopa de peixe estava divina! Já a de baleia, amigos tripulantes virtuais, não precisam ficar preocupados pois não era feita com baleia! Essa sopa leva esse nome, mas é feita de legumes.
Este local, antigamente, antes da era eletrônica, também era usado como “correio”. Os barcos deixavam mensagens para outros barcos, muitas vezes para serem levadas aos seus parentes em terras distantes. Seguindo essa tradição, os amigos que estavam no veleiro Blues (Andy, Galdo, Mario, Paula e Felipe do veleiro Fram), deixaram para nós e para o Luar um bilhete de boas vindas. Logo achamos o bilhete e ele vai para nosso livro de visitas, como recordação da chegada aqui.
Após o farto almoço, curtindo a decoração do local, que é feita com bandeiras e lembranças de barcos que passaram por aqui, entre as quais achamos a bandeira que a Izabel Pimentel deixou com o seu Petit Bateau, fomos andar pela cidade para fazer a digestão. Passeamos um pouco pela cidade, que é muito limpa e organizada. Quase todos os comércios já estavam fechados, mas ainda conseguimos tomar um café e comer pastéis de belém em um pequeno bar.
Voltamos à marina e passeamos por ela. É tradição (e dizem que dá má sorte na travessia se não o fizer!) cada barco que passa por aqui deixar uma pintura nos muros da marina, com o nome do barco e sua tripulação. Vimos muitas, de vários barcos brasileiros e achamos a “alameda dos Brasucas”, que a Andy inaugurou quando passou por aqui. Estava ao lado da pintura dos amigos do Plânckton, que estiveram aqui no ano passado. Há um espaço reservado para nós e não pretendemos dar “sopa” para o azar, não é mesmo?!!!
Voltamos ao barco pensando em usar a internet, também grátis em toda a ilha, mas ela não estava funcionando. Foi melhor, pois logo estávamos na cama, pois todos estávamos precisando descansar. Ainda me belisquei antes de dormir, para ver se não era um sonho: estamos mesmo aqui, nesta esquina do mundo, onde todos que navegam cruzando o Atlântico param há centenas de anos, fazendo aquilo que lemos em muitos livros e com o qual sonhamos tanto! É real e, posso dizer, muito melhor que os meus melhores sonhos!!!
Curiosidade: Os pãezinhos nos Açores se chamam “papos secos”.
Chegando em Faial.
Enfrentando o frio!
Acima e várias abaixo: marina da Horta!
Hasteando bandeira portuguesa!
Acima e várias abaixo: Peter Café!
Bandeira da Izabel Pimentel no Peter!
É isso aí, pessoal! Tá muito legal! Sempre bons ventos para vocês e o Travessura.
ResponderExcluir